quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

domingo, 13 de dezembro de 2009

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

nomes engraçados

Estava com a Fifa indo ver o Babi tocar em "Moita", um local localizado próximo a "Baixa da Banheira". Perdidas, mas sabendo estarmos bem próximas de Moita, paramos para perguntar a um homem que enchia o seu tanque de gasolina.

- Estamos em "Baixa da Banheira", certo?

- Não, não

- Então onde é aqui?

- Aqui é "Chão Duro"

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Vou contar uma coisa curiosa

..que aconteceu comigo no terceiro dia após ter chegado em Portugal. Antes vou voltar ao dia exato em que cheguei, para que se alguem realmente ler esta estória, entender o enquadramento do episódio do terceiro dia.
São Paulo – Madrid – Lisboa. Horas de atraso dos voos 8h. Horas entre entrar no primeiro avião e sair no terceiro e último 20h.

Eu e o Babi chegamos no aeroporto de Lisboa com Léo e Lu. Colocamos as malas no carro de dois lugares do Gustavo que nos recebeu muito bem, e pegamos um onibus até a estação de trem que nos levaria para Paço D´Arcos. As crianças dormiram no percurso. ,Então entre descer do onibus, ir a pé ao trem, pegar o trem, trocar de trem e pegar um taxi, as crianças estavam dormindo no nosso colo. O Léo no meu e a Luiza no do Babi. Chegamos na imobiliária e mais 1h e 30 mais ou menos até fazer a portuguesa não mudar de ideia quando entendeu que o fiador não seria portugues e sim nosso grande amigo brasileiro Gustavo.
Exautos, descabelados, sujos, suados, entramos finalmente do apartamento quando me deparei com uma sujeira de meses sem limpar. Ok, sem problema nenhum, aliás até agora, não havia tido mesmo nenhum problema, tamanha era a minha felicidade. E o apartamento era lindo, com uma vista estonteante. Problema? Vamos comprar produtos de limpeza e acessórios, em 1h eu limpo isso tudo. Sem mobilia, ainda mais fácil.
Durante tres dias que seguiram, fui limpando tudo, arrumando as roupas nos armários, cantando e vibrando esta felicidade junto com as crianças por perto brincando e desarrumando o que podiam.
No terceiro dia resolvi por o nariz para fora de casa. Até aí não precisei, nem queria, tão lindo e gostoso era o apartamento mesmo sem nenhuma mobilia (a não ser nossas colchões).

A segunda parte fica para outro dia. E se você leu a estória, escreve alguma coisa pô.

sábado, 17 de outubro de 2009

Lisboa, Menina e Moça

Tanto Mar - 25 de Abril



Revolução dos cravos, foi o movimento que derrubou o regime de Salazar em Portugal, em 1974. No dia 25 de abril explodiu a revolução. A senha para começar o movimento libertador foi dada à meia-noite através de uma emissora de rádio, e era uma música proibida pela censura, Grândula Vila Morena, de Zeca Afonso. A população saiu às ruas para comemorar o fim da ditadura e distribuiu cravos aos soldados em forma de agradecimento.

sábado, 3 de outubro de 2009

Futebol

Todos sabem, todos gostam, todos tem algum time, até as pessoas mais desligadas disso, como eu, aqui discutem, torcem, gritam, parece até o povo da minha terra. Aqui em Lisboa tem o Benfica e o Sporting. Eu nao tenho time, por mais que digam que eu deveria torcer para o São Paulo porque meus irmãos, marido, cunhados, sogro, são são paulinos, mas eu não me ligo em Futebol.

Almoço

Ao almoço, seja segunda feira ou sábado, para acompanhar a carne ou o peixe (mais difícil ver comerem massa ou serem vegetarianos): VINHO. Em pleno dia de semana, executivos, senhoras meio ou até bem velhas, tomam vinho. É comum antes do vinho uma imperial para abrir o apetite. Depois de tudo um digestivo,brandy, whisky, algum destilado. Isso já nao são todos, mas é comum. Quanto ao vinho, é dificil resistir, pedindo um suco ou um refrigerante e ao mesmo tempo se deparar com aquelas garrafinhas pequenas em quase todas as mesas. Dá-lhe néctar abençoado.

sábado, 12 de setembro de 2009

Jardim de Oeiras



Tenho ido muito nos jardins de Paço D´Arcos e Oeiras. O jardim dos Arcos, praticamente à beira mar, tem muita grama, árvores como figueiras, bananeiras, palmeiras. Geralmente jogamos bola, fazemos pic nic, deitamos na grama e olhamos para a copa das árvores, sentindo os cheiros das flores, das folhas e da maresia. As casas antigas e abandonas da vila e até antiga casa real desse jardim, fazem lembrar uma época de mistérios de reis, rainhas e bruxas.

O jardim de Oeiras tem muitas árvores e flores, tem um parquinho de diversão e tem duas esplanadas para tomar cafezinho embaixo das árvores. Um muro alto de pedras acompanha e separa o jardim da rua e esse muro é coberto por trepadeiras e primaveras. Passamos as tardes da ultima semana de férias da Luiza neste jardim. A Luiza conheceu algumas amigas de passagem e eu conheci, também de passagem, o avô de uma delas, um aposentado que foi piloto da Tap por 30 anos. Com andar calmo, seguro e postura muito elegante foi me respondendo algumas perguntas que eu metralhava com muita ansiedade, afinal eu nunca tinha tido oportunidade de conversar com um piloto de avião. Mas enfim, essa é outra estória.

Jardim de Oeiras

Verão 09

Brasil Julho 09

Largo do Carmo em Lisboa

Casa residencial em Oeiras

terça-feira, 25 de agosto de 2009

ELEGANCIA NA PRAIA

Calor, verão, férias. Nada de ficar reclamando dentro de casa por isso ou aquilo. Vamos à praia, aproveitar os últimos dias de calor. Por enquanto estamos vivendo à beira mar e nos sentimos até estranhamente caiçaras. Vamos honrar esta oportunidade única, como bons brasileiros, acostumados a isto, a praia, a calor, a samba e farofa.

Cuidadosamente, coloquei dentro da uma geladeira térmica uns biscoitos de polvilho dados pela vovó Lucia, umas cenouras raladas, duas maças, uma bolacha tipo Maria, suco de caixinha, um pano de prato e 4 cervejas geladas. Como não havia aqueles troços de gelo para manter o frio da geladeira, coloquei umas pedrinhas de gelo dentro de um saco plástico e esperei que ele desse conta de não deixar a cerveja ebulir pelo menos. Pus fatos de banho nas crianças, em mim e fomos os quatro para a praia às 3h da tarde. Um sol de rachar. O guarda sol nós nao tinhamos, e nunca pensamos em ter..mas foi preciso comprar um de ultima hora. Vendia-se na rua e o Babi comprou de um camelô. Para que quebrasse logo, eu já estava preparada.

Chegando na praia dos Gemeos, entupida de gente, de sol e de areia, quase voltamos para tras. Na verdade eu nao gosto muito desse sol quente, nem de areia. Gosto de água, mas não agua semi congelada como a daqui. Enfim, pelas crianças, pelo verão, pelas ferias, estavamos la, como uma familia comum. Olhamos um lugar perto do mar para as crianças brincarem com a areia húmida. Achamos um cantinho e ao começar a enfiar o guarda sol na areia mole como quem nunca fez isso antes, a senhora ao lado, mais parecida com uma baleia craquenta, nos disse que estávamos sendo desrespeitosos por atracar nosso acampamento tão próximo a ela. Estavam todas as pessoas tão coladas, tão grudadas, nao havia mais espaço publico e privado, mas enfim, ela nao queria que nada invadisse sua bolha virtual protetora. Fomos embora dizendo sim para vossa majestade, dizendo alto e de costas como criança, que ela se achava a dona da praia.

O vento estava um pouco forte e surpreendia em inesperadas rajadas. Dois passos para cima enfiamos o guarda sol na areia, esticamos as toalhas, tiramos os baldinhos de brincar das sacolas e ficamos em pé olhando aquilo, esperando o guarda sol alçar vôo de uma vez e as toalhas pararem de querer se engruvinhar ainda mais, acumulando areia em cima até quase sumirem aterradas, ou melhor areiadas. Como uma familia daquelas do interior do brasil que nunca pisou em praia e que nao sabe como manter uma toalha esticada ou um quarda sol firme, ou as coisas em ordem, sem avançar nas coisas dos outros, eu sentia assim a minha. Para nao voar o guarda sol vagabundo e já quebrado, cujo chapeu estava nao mais que 40 cm do chão, sentei me curvadamente para ficar segurando o cabo para que nao voasse. Enquanto eu ridiculamente fazia isso, o Babi foi ao mar com as crianças e eu fiquei ali uns 30 minutos, com o sol ardido nas pernas que estavam para fora da sombra e com a boca seca pedindo agua. Como a outra mão nao alcançava a geladeira, quando o Babi chegou do mar, fui logo abrir uma cerveja quentinha e ele ridiculamente entrou no meu lugar para segurar o guarda sol. Tendo esquecido abridor de garrafas, abri-a entao na porrada contra uma ponta da propria geladeira. Como a Miss. Bean, me fiz orgulhar da temperatura quente pela qual tanto eu tinha esperado propositalmente. AHHHH que delicia. Só assim para aguentar o resto.

Minha vez de ir ao mar com a Luiza. Desta vez me dei bem, achei que molharia os dedos dos pés e quando vi estava até a barriga. O que entrava no mar nao mais se sentia. Sumia. Mas estava gostoso: me sentia forte, corajosa, tranquila, mas ainda farofenta. Fiquei assim com a Lu durante um tempo, barrigando elegantemente as ondas que vinham de leve cumprimentar e dizer que suas aguas nao eram assim tão insuportaveis. Depois de alguns arrepios de frio e lábios roxos, voltamos à areia e lá ficamos, comendo biscoitos de polvilho e apreciando o povo portugues: velhas de top less mostrando seus peitos antigos, flácidos e sem pudor, uns casais de namorados que tomavam sol juntos, amarrados entre braços e pernas, areias e alguma paixão (penso eu), uma mãe desesperada mas determinada a ficar na praia com seu bebe de colo enfurecido e semi recem nascido que berrava e negava peito, chupeta ou chocalhos, a baleia nervosa que agora tinha se acalmado e parecia ter encalhado de vez na areia, e outros reles mortais que curtiam a praia como nós. Quando o sol baixou e ficou lindo, perfeito, com aquela cor laranja iluminando as coisas e tornando belo até o que é feio, fomos embora de tanta fome e cansaço. O saldo foi positivo, aprendemos algo sobre o que não fazer na praia e o que fazer. Bons guarda sóis, de preferencia colocados com a curva do chapéu a favor do vento, pouca farofa, abridor de garrafas, gelos artificiais e horario de sol quase cor de laranja. Alguns palavrões guardados especialmente para baleias encalhadas também ajuda.

sábado, 20 de junho de 2009

Caracóis

Quando chegamos aqui há quase um ano atrás, já começamos a ouvir falar destes caracóis maravilhosos que as pessoas comem quando começa o verão. Nunca tive nenhuma curiosidade, nem vontade de experimentar. Fui aprendendo que os portugueses, por razões particulares do povo comem praticamente tudo. Acho que perdem para os chineses e os orientais que comem insetos de todo tipo. Mas para mim, uma burguesinha de classe média alta, algumas das coisas que eles comem é intragável. Bochechas de porco, cozido a portugesa (carnes de porco e boi de diversas partes com muita gordura, mais alguns vegetais e enchidos de carne e de sangue) salada de ovas de peixe e por aí vai. Pessoas aparentemente normais como eu, da minha idade e classe social comem tudo isso normalmente. E os caracóis? Aquelas lesminhas castanhas que moram dentro de uma casca em forma de concha. Agora no verão vejo em todo lado, em toda tasca uma plaquinha simpática e atraente - Temos caracóis - As pessoas comem e lambem os beiços. Com cerveja ou imperial é imbativel, todos dizem. Se fossem referidos como "Escargot" talvez eu até comesse logo, por ser uma iguaria com lindo nome francês, mas dizer "caracóis" não ajuda. A Luiza já viu vários destes na escola dela caminhando parados pelo jardim. (Existem vários tipos de caracóis comestiveis, um deles é super comum e vivem em jardins, este é o Escargot Petit Gris ( na França, aqui é Caracol)) Estes dias a Luiza encontrou uma amiguinha na rua e começaram a conversar até que a amiga a convida para ir com ela e o pai comer uns caracóis. “ Ai.. caracóis??? Acho que não quero não”. A menina indignada “ Mas são caracóis mortos” ….Piorou, careta foi ainda pior. “ Tá bom, são caracoizinhos cozidos!” .. . Enfim por outras razões logo nos despedimos e eu fiquei com isso na cabeça. Da próxima vez que tiver oportunidade, vou beber dois calices de aguardente de uva e ….. experimentar uns caracóis. Há de ser bom.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

primavera 09

Néctar Divino de Uva

Santo remédio.

Eu tenho na minha casa 3 pacotes de vinho de mesa de 5 litros cada um. Não que eu tome muito todas as noites, mas tomo toda noite um pouco e algumas noites tomo muito. Pelo menos não tenho que beber uma garrafa inteira se tenho vontade de beber um pouco de vinho e estou sozinha (não consigo deixar uma garrafa aberta com vinho). As vezes meia garrafa dividindo com o Babi é até muito, mas estando sozinha, melhor beber incontáveis tacinhas tiradas do pacote, pelo menos aí eu não sei o quanto bebi, se foi uma garrafa, duas ou meia.. Ignorancia mesmo... Mas, se não fosse o vinho, minha vida seria mais cinza. O vinho eleva a abrangencia dos pensamentos, alegra as emoções, une as pessoas... Acho que é mesmo uma bebida inspirada pelos deuses. Aliás, quando estou com peso na consciência, lembro que Jesus num dia de festa quando o vinho tinha acabado, fez com que os barris se enchessem novamente. Quem bebeu este vinho de Jesus deve ter morrido logo em seguida... de felicidade. Vinho... ainda de Jesus Cristo...
Jesus era um ser humano especial mesmo e depois que pôs mais vinho no barril, subiu ainda mais no meu conceito.
Eu não entendo nada de vinho, de uva, de processos de fabricação etc e tal. Bem que eu gostaria, mas tenho medo de começar a entender e então achar os baratos que eu tomo, ruins. Prefiro mesmo ser tosca e aceitar todos, ou quase todos. Tenho uma amiga que diz que seu avô só gostava de vinho ruim. Quando era alguma data especial e seu pai abria uma garrafa de vinho bom, o avô tomava meio insatisfeito e depois dava uma cotovelada no filho, com um sorriso bem maroto e dizia “Cê não tem lá aquele do bom?” (diga se, daquela porcaria)?
Quando tomo vinho, fico mais feliz, gosto mais das pessoas, sou mais poeta, ou menos opaca. Eu até tenho mais energia para arrumar a casa..e mais, com uns golinhos ainda arrumo e limpo tudo com gosto. Sem querer diminuir o vinho, ele é além de tudo, uma ótima ferramenta de auxílio doméstico porque me deixa leve para fazer meu trabalho braçal pesado. Parece papo de alcoolatra esse, mas não é não. Como quase tudo na vida muito do bom pode fazer mal, é uma questão de equilibrio, afinal eu posso ficar até uns 3 dias numa boa sem tomar nada.

sábado, 9 de maio de 2009

Não é piada, acontece mesmo.

Os portugueses por favor não se sintam ofendidos. Eu adoro a vossa cultura e o vosso jeito de pensar, só que é um bocado diferente do nosso e isso causa uma certa graça.

Rua sem saida
Bras: por favor aqui é rua sem saida?
Port: claro que não pá, a saída é por ali...

Bras: este elevador está subindo ou descendo?
Port: Pois, está parado....

Bras as 7 da noite querendo ir ao supermercado e encontra este fechado. Segue ao balcão de informações do shopping onde fica o supermercado e pergunta:
bras: a que horas abre o supermercado?
port: pois, mas já não abre...

Ginastica na praia


As vezes damos uma passadinha na praia depois da escola das crianças. Agora na primavera, quase verão, quando escurece já são quase 9 da noite.

Tasca Tanite





" Diga se de passagem que essa tasca é barata e muito boa. Bom, de jantar eu dividi um bitoque com a Luiza e depois comi essa mousse todinha e fui embora com a cara toda marrom."

Por que estamos em Portugal?



Esta complexa questão tem dois aspectos. Um : a felicidade é interna. Tudo o que vem de fora e que dá prazer ou "faz feliz" dura pouco e logo voltamos ao estado de querer sempre mais alguma coisa. Um exemplo é quando vou ao Ikeá fazer compras para a casa. Num dia vou lá e compro luminárias, tapetinhos de banheiro, mesinha para varanda e mais um monte de coisas. Volto para casa realizada. Nada mais falta. Dali a 3 horas começo a me dar conta de que ainda falta muita coisa para minha casa ficar legal. Depois de um mês volto ao Ikeá e compro mais um monte de coisas a preços de banana, volto para casa realizada e .... começa tudo outra vez. Moral da estória: morar em Portugal é maravilhoso mesmo, tem muito mais vantagens do que desvantagens, mas........não é a solução para anjos caídos.
Dois: A felicidade é interna MAS morar aqui é tão bom, tão bom, tão bom.. que mesmo sem a minha familia que eu amo de paixão tanto a minha como a do Babi e que me faz a maior falta .. ainda assim prefiro morar aqui, pensando ou sonhando que terei contato com eles sempre que der, indo para o Brasil ou recebendo -os aqui em casa.
Moral da estória: mesmo sendo a real felicidade interna(aquela duradoura, que independe de bolinhos de bacalhau ou de tapetes para o banheiro) , eu não posso viver neste momento em qualquer lugar do mundo. Como disse antes, ainda sou um anjo caído, imperfeita, cheia de probleminhas incômodos, portanto, nao posso viver agora na somália ou até no Brasil, podendo morar aqui.
Agora a grande questão: porque é tão bom morar aqui? Vou responder de forma bem simples: porque posso ir no supermercado e comprar um queijo camembert por 1, 80 euros; posso comprar vinhos bons por menos de 3 euros, cereais maravilhosos por 4 euros (os mais caros); porque posso caminhar no calçadão da praia deslumbrada com o mar, o céu e com as pedras sem me preocupar em ser assaltada ou sequestrada; posso ir e vir pelo transporte público sem necessitar de carro a toda hora; por que não preciso pagar escola para os meus filhos e ainda apesar de muito imperfeito, a educação escolar que eles recebem é boa; porque estou perto da Alemanha, Inglaterra, França, Grécia, Italia e mais um monte de paises legais de visitar e comer suas comidas; porque a passagem para lá é super barata para quem viaja low cost e ... acho que deu.
Mas porque eu não posso ter este tipo de vida no meu país e compartilhar isso com a minha familia? Não sei mesmo, as razões parecem ser tão prolixamente complexamente complicadas para a minha mente superficialmente muito simples, que eu não entendo. Mas de uma coisa eu sei: nós brasileiros que temos nivel cultural elevado, que sabemos como é bom morar em paises desenvolvidos (sim, portugal não é suissa, mas é desenvolvido) temos que exigir nossos direitos e cumprir nossos deveres de cidadãos. Não fomos criados para isso, nao sabemos como se faz isso, mas é hora de aprender. Vê lá na França, eles estão sempre na rua protestando alguma coisa. Não deixam barato, eles vão à luta. Nós tb vamos quando acordamos as 4 da manhã para trabalhar, ganhar o suficiente para comprar pão, manteiga, leite C, ovos e café e voltamos as 11 da noite para casa. Mas isso não muda nada. Estou falando de lutar para mudar. Lutar para mudar, não lutar para sofrer e dizer que é guerreiro. Lutar com eficiência, mexer na raíz.

É isso, o meu bem estar me levou a pensar no social, por mais egoísta que eu ainda seja. Eu quero um mundo melhor, eu quero mais qualidade de vida, eu quero um planeta, uma cidade, uma casa, uma familia saudável. Eu mesma quero ser cada vez mais saudável fisicamente, emocionalmente, mentalmente enfim..... Boa noite.

sexta-feira, 3 de abril de 2009


O comboio que vai de Cascais até Lisboa e vice versa.

Um calçadão que eles chamam de paredão que vai de Paço D´arcos até Carcavelos. É uma delicia caminhar, correr, andar de bicicleta, patins...
Babi e sua primeira dama.



Filhotes...

No restaurante com alguns integrantes dos Madredeus...


Fim de almoço na varanda.


Babi em frente ao Mosteiro dos Jerónimos.




Luiza no parquinho de Paço D´arcos.

Este é o Forte de São Julião da Barra, construido em 1553. Hoje é residencia do Ministro de Estado da Defesa Nacional

Uma praia linda em Carcavelos em frente ao Bar dos Gêmeos. Tomar uma imperial olhando o por do sol aí é obrigatório. Isso é a 5 minutos de carro de Paço D´arcos.



Torre de Belém no fim da Avenida.

Foi construida no inicio do séc XVI para fins de defesa. Com o tempo foi se tornando um posto de sinalização. De lá partiam as frotas para as viagens marítimas.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Este é o estacionamento da "Quinta da Terrugem" conjunto de prédios onde moro. Há um gramado logo ali em frente ao mar, onde as vezes jogamos bola e fazemos pic nic.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

torre amarela


Esta pequena baia é em Paço de Arcos, uma "vila"ou freguesia a 10 minutos de Lisboa. Este prédio amarelo (também torre, em Portugal) é onde moramos.
Vista de um dos quartos do nosso apartamento


"Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu. "

Fernando Pessoa

Batuque Matutino

O Babi é músico, baterista, percussionista. Para quem não convive o suficiente com ele, tenho que dizer que quando ele lava uma panela, mais presta atenção aos sons que ela faz ao bater de leve na pia, do que no fato de deixá-la limpa. " Escuta esse som, tum, ton, tim, téin, nossa.... ouviu isso"? Enquanto as pilhas de louça ou loiça aumentam, a diversidade de sons também. Apesar de as vezes um pouco irritante se tem muitas pessoas na sala esperando as louças serem lavadas para voltarem a mesa para receberem a sobremesa, também esta percepção dele é única e traz para a vida alegria e ...ritmo! Este video é num Starbucks em Sevilha. Os filhos não escapam do batuque...


Saudades de Portugal - o quase retorno

Depois de recolher, guardar, arrumar as coisas todas nas malas, despedir de todos, chorar, resistir, querer ficar e ir, pegar a estrada, chegar no aeroporto, fazer o check in, tomar mais um lanchinho querendo prolongar os minutos restantes com os meus pais, passar as bagagens de mão na maquina que enxerga tudo e diz se não há qualquer coisa que possa matar alguem no avião, entrar no corredor de brasileiros saindo do pais.... epa epa.. não... calma, não é assim tão fácil. Falta um documento. A Policia federal olha meus papeis, as crianças e me diz que vai apenas checar uma coisinha. Depois de esperar 20 minutos em pé com as crianças impacientes fazendo mil perguntas sobre porque estávamos parados e nao indo para Portugal, vem um agente oficial e me informa que a autorização feita pelo meu marido em Portugal (em cartorio portugues, porque é lá que moramos e para lá eu voltaria com os filhos para encontrá-lo e voltar a viver com ele) não valia nada. Não existia nenhum acordo entre Brasil e Portugal e que eu deveria tentar falar na Delegacia da PF lá na outra ponta do aeroporto, ou na PQPariu.

Faltavam 40 minutos para o avião sair e eu peguei firme na mãozinha do Léo, falei para a Luiza acompanhar o meu passo e praticamente nós três voamos para o outro lado do aeroporto de cumbica, desviando dos obstáculos ou das pessoas que apareciam na nossa frente a passo de tartaruga só para nos atrasar ainda mais. Chegando lá encontrei 4 ou 5 policiais federais preocupados com um assunto muito mais importante que o meu, algo sobre um cadáver, desencarnado, morto (ou qualquer nome que se queira dar para nossa carcaça ou templo) que deveria viajar em caixão. Parece que não havia condições legais para isso e seus parentes junto com os policias tentavam achar uma forma, uma brecha na lei para tornar isso possivel. Nao me perguntem os detalhes, nao tenho ideia do que estava realmente acontecendo, mas senti meu problema mais insignificante.

Depois de esperar um tanto, uma policial "simpatica" olha para mim com ar de desprezo por 3 segundos e já voltando a atenção para o problema do morto, pergunta o que eu queria. Começo a falar, mas percebo que ela nem me escuta, continua a prestar atenção no que se falava sobre o morto. Espero entao o tempo dela, peço paciencia, olho no relógio, respiro, peço para o Léo ficar perto de mim e parar de mexer na cortina imunda da janela e então ela volta a atenção para mim. "Pois Nao?"
Explico o que esta acontecendo pela segunda vez, mostro a autorização do Fabio, mostro os passaportes com o protoloco dos cartões de residencia em Portugal, mostro a passagem de ida e volta e ...: "esta autorização não serve". Eu digo " por favor, há algo que voce possa fazer para facilitar a minha vida? Meu aviao sai em 20 minutos, meu marido fez esta autorização em portugal por um cartorio sério, reconhecido, nós todos moramos lá e ele daqui a algumas horas estará indo nos pegar no aeroporto em Lisboa" ..

" Este documento nao serve. Ele tem que ir no consulado do Brasil em Portugal e tirar a autorização pelo governo brasileiro" Diga se de passagem que qualquer coisa que voce vá fazer no consulado do Brasil em Lisboa, é algo que leva no minimo um dia inteiro para você dizer o que quer, mas pode demorar semanas, meses para se conseguir o que quer, dado o numero enorme de brasileiros que moram em Portugal e que necessitam dos serviços do consulado. Então outro oficial atende o telefone "SIm, ela esta qui na minha frente" - Era a moça da TAP, " Graziela, que cores tem as suas malas? Estamos retirando elas do avião" . Bosta caralho , puta que pariu, vai pro inferno, pensei.

Liguei para meus pais que estavam voltando para Campinas e perguntei se eles aceitavam devolução, porque eu tinha sido impedida de embarcar, de encontrar o meu marido, de ir para minha casa em Portugal. Meu pai me tranquilizou, me apazigou com palavras que realmente me trouxeram paz, alegria, sentimentos de amorosidade. Fiquei aliviada e feliz de ter pessoas a quem recorrer e nao ter que passar uma noite ou duas nos bancos do aeroporto com duas crianças (coisa que já tentei fazer sozinha num aeroporto em Londres para economizar hotel quando tinha 20 anos, mas que não consegui porque as cadeiras não eram muito confortáveis para dormir uma noite inteira).


Agora, de volta a casa onde morei por 20 anos, e para a qual ainda me refiro esporadicamente e a contra gostos como "lá em casa" minha cabeça está girando como um peão descontrolado. Nao aquele peão que roda no eixo, mas aquele que é lançado de forma desequilibrada rodopeando cambaleante e abobalhado.

A maior parte da minha mente e talvez o meu perispirito, corpo sutil, (ou qualquer outro nome que se queira dar para este corpo nao tão denso que fica próximo do corpo visto a olhos nus, desta a carcaça ou templo), ja estavam em Portugal, na minha casa, com o meu marido, com meus afazeres diários, com meus projetos de trabalho. De repente o país tropical, quente, aconchegante, confortalvel, familiar, pareceu fora de contexto, vazio.....

Mais uma semana a espera do documento e de vagas nos assentos daquelas maquinas que levantam só Deus sabe como, e que nos levam pelo ar para bem longe da partida, onde os corpos não mais conseguem se encostar e onde o mais próximo contato é através de outra máquina que mostra imagens dos outros distantes, só Deus sabe como. Eu nao sei mesmo, não entendo, meu cérebro nao acompanha, assim como tambem não acompanhou a decisão dos policiais.

Como eu tendo a acreditar que nada acontece por acaso, como eu tendo a acreditar que estou entregue a decisões de forças superiores que as vezes são compativeis com as minhas e outras nao, como tendo a acreditar que existe lógica no aparente ilógico, seja eu maluca, ignorante, crente, esquizofrenica, muito lucida ou tudo junto, estou agora digerindo e respirando neste vazio. Começo a querer fazer planos de cinema, livros, piscina, visitas, novos e antigos encontros. Mas ainda vazio, vontade de nada. Tudo outra vez, de novo, again, ......puxa, foi tão dificil se despedir, desapegar, ir embora, partir, deixar e agora... tudo de novo. Desarrumar malas, guardar roupas, voltar os shampoos e cremes no banheiro da casa da minha mãe, que saco e que delicia... ....................................................................
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